quinta-feira, 9 de abril de 2015

Rede Globo usa Chico Xavier para fazer frente a Edir Macedo na Rede Record


Foram-se os tempos em que as Organizações Globo hostilizaram Chico Xavier. Sem a influência de católicos ortodoxos como Gustavo Corção, a corporação da família Marinho ultimamente não só está em paz com o anti-médium mineiro como o está promovendo como "maior ícone religioso do país".

Católica, a corporação Globo abraçou a causa "espírita" porque, assim como o "espiritismo" brasileiro assume a religiosidade católica de forma "independente", a empresa dos irmãos Marinho (filhos do "doutor" Roberto Marinho, falecido em 2003) se afina com essa "independência", condizente com o aparato de empresa de perfil laico.

Ultimamente, a Globo, com seu braço cinematográfico, a Globo Filmes, e com apoio informal a produções "independentes", investe dinheiro para promover o mito de Francisco Cândido Xavier, além do "espiritismo" brasileiro como um todo, para fazer frente ao poder do "bispo" da Igreja Universal do Reino de Deus, Edir Macedo, dono da concorrente Rede Record.

Daí as reportagens recentes, como a do Fantástico mostrando o "ativismo" de Divaldo Franco e, mais recentemente, o Profissão Repórter reciclando os mesmos clichês batidos do "espiritismo", como "psicografias", "curas espirituais" e "filantropia". Daí os filmes, documentários e projetos diversos.

Para a Globo, é até mais vantajoso usar o "espiritismo", e não o catolicismo, que anda muito visado, por causa da "independência" de uma empresa "laica" que defende "espontaneamente" uma religião que se diz "científica", para dar a impressão de que age discretamente na contraposição ao religiosismo da IURD em parte da programação da Record.

A atitude discreta também é uma forma de tentar levar vantagem diante dos clichês pouco sutis de Edir Macedo, que deixou crescer uma apelativa barba de profeta e agora investe num grupo de valentões chamado "Gladiadores do Altar", que diversos movimentos sociais, como os ligados à causa LGBT e à cultura afro, denunciaram ao Poder Judiciário.

Assim, enquanto Edir Macedo é visto como grotesco com sua barba enorme e seus "pitboys de Cristo", a Rede Globo não deixa passar que está fazendo proselitismo religioso investindo, em vez do Catolicismo propriamente dito (ela tem o padre Marcelo Rossi como "carta na manga"), o supostamente imparcial "movimento espírita".

Em outras palavras, enquanto a Rede Record "apela", principalmente por conta de novelas "bíblicas", a Rede Globo "flui", investindo discretamente para a "racionalidade" do "movimento espírita", que, com sua ênfase não na espiritualidade codificada por Allan Kardec, mas nas temáticas relacionadas ao moralismo familiar, dando um verniz de objetividade e bom-mocismo.

Assim, o poderio midiático estabelece parcerias com a Federação "Espírita" Brasileira, criando uma cumplicidade em que o "movimento espírita" cresce com a ajuda dos barões da grande mídia e a grande mídia usa o suporte religioso do "movimento espírita" para estabelecer seu moralismo igrejista sem deixar evidente de que faz proselitismo para neutralizar a influência da IURD.

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