domingo, 31 de maio de 2015

A corrupção do futebol, a "Data-Limite" e a corrupção "espírita"

JOSÉ MARIA MARIN, EX-PRESIDENTE DA CBF, PRESO HÁ TRÊS DIAS.

A patriotada futebolística sofreu seu duro golpe quando o FBI (Federal Bureau of Investigation) decretou a prisão do ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol, José Maria Marin, e mais outros seis dirigentes esportivos. Segundo os investigadores, esse é só o começo do desmonte de uma cúpula que há muito tempo se beneficiava com fraudes ligadas ao futebol brasileiro.

É a mesma cúpula que se responsabilizava pela manipulação de resultados, de maneira que favorecesse a Seleção Brasileira de Futebol e seus dirigentes maiores, Ricardo Teixeira, João Havelange e outros, se aproveitando da boa-fé de muitos torcedores. Eles também estão sob investigação pelo FBI.

A manipulação envolvia até mesmo feitos aparentemente positivos, como a vitória da Copa do Mundo Japão-Coreia do Sul, de 2002, que analistas consideram a mais fraudulenta edição do famoso torneio mundial de futebol.

Nela, uma Seleção Brasileira de Futebol, medíocre e sem entrosamento - devido à proveniência dispersa dos jogadores brasileiros que atuam no exterior - , que se mostrava deficitária nas Eliminatórias, em 2001, e passou a Copa de 2002 fazendo um péssimo desempenho, apesar de ter ganho todas as partidas.

Uma delas, contra a Seleção da Inglaterra, os jogadores do país europeu tiveram um desempenho estranho. Pareciam mais seguros e equilibrados em relação aos brasileiros. Ronaldinho Gaúcho fez um gol e, depois, perdeu a cabeça e levou cartão vermelho.

Com um jogador a menos, a Seleção Brasileira poderia ter perdido a partida, mas os ingleses praticamente estavam "imobilizados", com atitudes que a imprensa esportiva britânica definiu como estranhas, tendo o jogador brasileiro Rivaldo encontrado o campo adversário "livre demais" para fazer o segundo gol.

A derrota do jogo contra a equipe inglesa seria o fim do "penta", uma premiação que a grande mídia corporativa, solidária aos dirigentes esportivos, define como "gloriosa", mas que foi a pior vitória obtida pela Seleção Brasileira de Futebol em sua história, pelo desempenho bastante duvidoso e pela queda "fácil demais" das grandes seleções no evento.

Para completar, Chico Xavier morreu em 30 de junho de 2002, dia em que o Brasil, quer dizer, os dirigentes esportivos brasileiros, estavam felizes. Isso aumentou não só o mito de Chico Xavier como o vínculo entre o "espiritismo" brasileiro e o fanatismo do futebol.

Com isso, veio a interpretação posterior da "profecia" de Chico Xavier sobre a "Data-Limite", alegando que a elevação do Brasil a "coração do mundo e pátria do Evangelho", "prevista" para a partir de 2019, seria adiantada em 2014, ano em que o país foi escolhido para sediar a Copa do Mundo da FIFA.

Isso uniu a patriotada do futebol à patriotada "espírita". Duas instituições, CBF e FEB, se uniram para promover a supremacia brasileira e usar o futebol como "forma" de "promover a fraternidade entre os povos do planeta".

A corrupção do futebol ganha a parceria da corrupção "espírita", em que os manipuladores de resultados e criadores de um esquema fraudulento, no qual os "amistosos" servem apenas para aumentar suas rendas já estratosféricas, se ligam à corrupção "espírita" e seu faz-de-conta "mediúnico" marcado por mensagens apócrifas vindas das mentes dos "médiuns".

A aliança das lideranças "espíritas" e dos "cartolas" brasileiros, se não é direta nem literal, pois nunca houve um acordo presencial entre ambos os lados, era pelo menos ideológica, diante da afinidade de sentimentos em prol da "supremacia brasileira".

E aí se observa a crise que o Brasil vive, que desafia o "otimismo" de "cartolas" e "espíritas", uma vez que seu ufanismo não corresponde aos interesses e necessidades reais das classes populares, que precisam mais de qualidade de vida do que do espetáculo para mascarar suas situações inferiorizadas pelo poder político e econômico.

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