quarta-feira, 6 de maio de 2015

A "data-limite" de Stephen Hawking

DO CONTRÁRIO DE CHICO XAVIER, STEPHEN HAWKING VIU PONTOS POSITIVOS NA VIAGEM À LUA.

Para o brasileiro médio, quem é Stephen Hawking? Um "primo" de Chico Xavier? Um homem esquisito que é tetraplegico e fala por vocoder (aparelho que "robotiza" o som de uma voz)? Um cientista que nada tem a ver com o cotidiano desse cidadão?

Bom, o que se sabe é que, para o "movimento espírita", Stephen Hawking é um "admirável cientista" que só tem o "lamentável pecado" de ser ateu. Tão bonzinhos os "espíritas" que ficam bajulando cientistas, quando sabemos que a doutrina brasileira está a léguas de distância do cientificismo de Allan Kardec, preferindo o mais retrógrado religiosismo de herança medieval.

Pois o cientista inglês, em uma de suas recentes palestras, transmitida em holograma, mas a partir de uma imagem dele próprio em sua casa na Inglaterra, ele acredita que a Terra não irá suportar a humanidade por mais de mil anos, daí crer que as expedições espaciais seriam fundamentais para a longevidade dos seres humanos.

"Não acredito que duremos outros mil anos sem sairmos de nosso frágil planeta. Por isso, lembrem-se de olhar para as estrelas, e não para os pés", disse Stephen, no seu habitual ceticismo, por intermédio do holograma, na conferência realizada na Sidney Opera House, em Sidney, Austrália, para uma plateia lotada.

Contrariando Francisco Cândido Xavier, que viu com apreensão a viagem de astronautas estadunidenses à Lua, em 20 de julho de 1969, vendo nele a raiz da Terceira Guerra Mundial, Hawking viu aspectos positivos na experiência, que abriu perspectivas para a colonização de outros planetas.

Hawking acredita que um dos fatores que está prejudicando a humanidade na Terra é a violência, admitindo que ela "pode ter feito a diferença para a sobrevivência dos homens das cavernas, para obter comida e território ou ainda parceira para se reproduzir, mas agora ela ameaça destruir a todos nós".

Hawking não é aquele que infantilmente acha que um grupo de astronautas chegando ao solo lunar iria impulsionar as disputas bélicas para depois despertar a ira da Natureza e destruir o Hemisfério Norte, com o "milagre" de deixar intata metade do Círculo de Fogo do Pacífico, de intensa e perigosa atividade vulcânica-sísmica com o mesmo grau dos "irmãos do norte".

O cientista inglês pode até ser controverso em sua tese, mas ele possui mais embasamento lógico do que o anti-médium mineiro que pensou nas "transformações futuras" através de uma combinação de moralismo religioso, pesquisas cartográficas e um constrangedor pedantismo científico.

Não sabemos se Hawking realmente está certo ou não a respeito da humanidade. Mas sabe-se que ele não falou em datas fixas, em castigos morais da Natureza, e mesmo sua ideia sobre a solidariedade humana se baseia apenas no processo simples de empatia, e não por uma doutrina religiosa que "despertará o interesse dos remanescentes dos povos extintos".

O que podemos afirmar, todavia, é que Hawking deu seu parecer com base em seus raciocínios lógicos, em sua visão de cientista e nas suas avaliações objetivas sobre os rumos da humanidade. Mas certamente Hawking é do tipo de pessoa que não expressou uma visão fechada desse futuro, até porque mil anos ainda é um período distante, conforme o contexto em que vivemos.

Com certeza, Hawking fez diferença em relação à equivocadíssima e cheia de erros e abordagens sociológicas e geográficas de Chico Xavier, pois a "profecia" do anti-médium mineiro, por trás de seu pedantismo pretensamente científico, esconde um retrógrado moralismo religioso. Para o "espiritismo", a ciência só serve para ser escrava da religião, fruto das paixões místicas de uns poucos homens.

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