sábado, 2 de abril de 2016

Os críticos literários estão certos. Chico Xavier estava errado


Só um país com baixa instrução para aceitar que o livro Parnaso de Além-Túmulo é autêntico. Só um povo desprovido de educação de qualidade e dominado pela fé religiosa para aceitar um pastiche literário como se fosse psicografia verdadeira.

É estarrecedor que as pessoas prefiram a figura de um ídolo religioso, como Francisco Cândido Xavier, e aceitem qualquer farsa em nome das "mensagens de amor", do que analisar as coisas de maneira parcial e isenta. Parecem crianças teimosas, escravas e prisioneiras de suas fantasias.

A bondade não pode servir de desculpa para a aceitação cega e deslumbrada de pastiches literários. Se observarmos bem o livro "psicográfico", os poemas atribuídos aos autores falecidos realmente não correspondem aos estilos originais dos autores. Essa constatação não é fruto de ódio, nem de intolerância, mas resultado de uma apuração lógica.

Críticos literários como Osório Borba e jornalistas como Attila Paes Barreto simplesmente constataram a fraude nos livros de Chico Xavier porque observaram o conteúdo. Não foi uma raivinha gratuita contra um ícone religioso. Foi uma constatação muito dolorosa para os chiquistas, mas muitíssimo realista.

É inadmissível que um país como o Brasil prefira aceitar como verdade uma aberração que não tem qualquer valor lógico, que é aceitar como "autêntico" um pastiche literário só por causa das "mensagens de amor", do que investigar pela luz da lógica e da coerência.

Aqui há desculpas como o "excesso de raciocínio" que faz com que muitas pessoas, de uma maneira patética, corram desesperadas para a literatura água-com-açúcar, com a simples finalidade de manter suas almas anestesiadas com "belas mensagens" e "coisas divertidas".

O Brasil vive uma onda de fuga do Saber, de medo do Conhecimento, e as obras literárias, peças de teatro e sucessos musicais refletem essa indigência cultural, esse masoquismo analgésico que faz as pessoas preferirem até mesmo o fútil, desde que "divertido" ou "relaxante".

Que se espera de um país assim?
Pessoas que, em nome de convicções religiosas e de supostos símbolos de amor e paz, preferem abrir mão da lógica e aceitar absurdos em nome da fé! Essa é uma postura medieval, mas que prevalece em pleno Brasil do século XXI!

Pessoas que agem assim não se encontram em situação de equilíbrio e energias elevadas, do contrário que pensam. Até porque, quando contrariadas, surtam em raiva e desespero, tornam-se agressivas e enlouquecidas.

Um adepto de Chico Xavier chegou a escrever no fórum de um blogue, chegou a escrever um texto ensandecido e irônico pedindo a volta de Chico Xavier com "suas mentiras e fraudes" para encher seus seguidores de alegria e comoção.

Portanto, isso desmascara a suposta superioridade moral dos deslumbrados da fé religiosa. Mostra sua terrível teimosia em se apegar a ídolos religiosos, em sentir obsessão por eles, e em abrir mão de qualquer lógica, recusando-se a admitir a realidade dos fatos.

Daí que, se há ódio ou qualquer gesto de desequilíbrio, é da parte dos seguidores de Chico Xavier, e não dos críticos literários que, se questionaram a veracidade das obras "psicografadas" atribuídas a espíritos de grandes literatos, é porque observaram os estilos desses livros e compararam com o que os alegados autores deixaram em vida.

Os estilos das "psicografias" e das obras deixadas em vida são, comprovadamente, muito diferentes. E isso não se deu por causa de supostos sentimentos de ódio e de inveja e supostas maledicências. Foi questão apenas de observação e cautela.

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