domingo, 8 de maio de 2016

"Espíritas" brasileiros expressam aquilo que Erasto e Allan Kardec alertaram


O "movimento espírita" age em desespero. A cada vez mais, publicações "espíritas" tentam jogar a desonestidade doutrinária por baixo do tapete e, no seu roustanguismo enrustido, alegam "fidelidade absoluta" e "respeito rigoroso" por Allan Kardec, mas usando-o na causa própria dos "espíritas" brasileiros.

Tentando dissimular a debilidade doutrinária que faz o "espiritismo" cometer deturpações graves, os veículos "espíritas" agora fazem todo tipo de apelo para a "fraternidade". Sem poder dar conta do recado, fazem todo apelo de "transformação moral", agindo por puro bom-mocismo.

Dessa forma, vemos textos que apelam para "não atirar pedras", "mudar os pensamentos", "ser fraterno com outrem", "dar as mãos nesse momento de crise" e pregar uma "união" que nem os próprios "espíritas" conseguem exercer.

Só a "profecia da data-limite" de Francisco Cândido Xavier, por exemplo, não é consenso dos seguidores do "médium" mineiro. Alguns a defendem de maneira entusiasmada, mas outros seguidores de Chico Xavier desmentem com certa austeridade, e ambos os lados com fortes convicções para suas respectivas posturas.

O que o "espiritismo" quer, com toda essa súplica em prol da "fraternidade" e "caridade", em que se usurpa até as palavras de Kardec mal traduzidas em verdadeiro "catoliquês" (como nas publicações das editoras FEB e IDE), é disfarçar a incompetência doutrinária com bom-mocismo.

Eles deturpam a Doutrina Espírita de forma severa, com ninharias fantasiosas tipo "Jesus pulou dentro do ventre de Maria ao saber que seu primo João Batista estava na barriga de Isabel" e criaram um "paraíso" como Nosso Lar para forçar os sofredores a aceitarem as desgraças da vida, uma cidade fictícia esboçada sem que pesquisas sérias sobre mundo espiritual tivessem apresentado qualquer hipótese.

Em O Livro dos Médiuns, obra kardeciana fundamental, lançada em 1861, portanto, há 155 anos mas com uma atualidade contundente de conceitos e avisos, mostra muitos trechos que alertam para o que se viu no "movimento espírita" brasileiro, que praticamente surgiu sob o comando dos inimigos internos que fazem de tudo para serem conhecidos como "aliados de Allan Kardec".

É um cacoete dos brasileiros perguntar a um mentiroso se ele é mentiroso. "Não sou. Eu falo sempre a verdade", diz sempre o mentiroso. O brasileiro médio acredita e o mentiroso ganha status de honesto, a ponto de qualquer contestação ser vista como "maledicência".

Lendo o referido livro de Kardec, observa-se todo cuidado contra espíritos mistificadores, que se servem de ideias absurdas promovidas como "coisas sublimes", textos empolados despejando falsa sabedoria, argumentos prolixos para forjar erudição, pretextos de "amor e caridade" para distrair e seduzir as pessoas para aceitar ideias levianas.

Os brasileiros, facilmente vulneráveis às seduções do deslumbramento religioso, aceitam com a passividade bovina e com a subordinação mais cômoda, e preferem até mesmo aceitar e legitimar um "espiritismo" que nada faz em prol da Ciência Espírita nem da busca do Conhecimento, e só defende a "bondade", o "amor" e a "caridade".

Só que uma leitura atenta e cuidadosa de O Livro dos Médiuns, na tradução de José Herculano Pires que tem até acesso na Internet, irá simplesmente derrubar o "movimento espírita" porque os argumentos revelam perigos que se identificam justamente com as "coisas maravilhosas" que se vê no "movimento espírita" brasileiro.

Para dar um exemplo a respeito, citamos o item 239, que cita um processo bastante perigoso de obsessão descrito por Allan Kardec, a "fascinação", que equivale ao próprio modo de apreço que os brasileiros têm ao "espiritismo" e seus ídolos (Chico Xavier e Divaldo Franco, sobretudo), e que dá um diagnóstico do caráter pernicioso do "espiritismo" brasileiro:

239. A fascinação tem conseqüências muito mais graves. Trata-se de uma ilusão criada diretamente pelo Espírito no pensamento do médium e que paralisa de certa maneira a sua capacidade de julgar as comunicações. O médium fascinado não se considera enganado. O Espírito consegue inspirar-lhe uma confiança cega, impedindo-o de ver a mistificação e de compreender o absurdo do que escreve, mesmo quando este salta aos olhos de todos. A ilusão pode chegar a ponto de levá-lo a considerar sublime a linguagem mais ridícula. Enganam-se os que pensam que esse tipo de obsessão só pode atingir as pessoas simples, ignorantes e desprovidas de senso. Os homens mais atilados, mais instruídos e inteligentes noutro sentido, não estão mais livres dessa ilusão, o que prova tratar-se de uma aberração produzida por uma causa estranha, cuja influência os subjuga.

Dissemos que as conseqüências da fascinação são muito mais graves. Com efeito, graças a essa ilusão que lhe é conseqüente o Espírito dirige a sua vítima como se faz a um cego, podendo levá-lo a aceitar as doutrinas mais absurdas e as teorias mais falsas como sendo as únicas expressões da verdade. Além disso, pode arrastá-lo a ações ridículas, comprometedoras e até mesmo bastante perigosas.(1)

Compreende-se facilmente toda a diferença entre obsessão simples e a fascinação. Compreende-se também que os Espíritos provocadores de ambas devem ser diferentes quanto ao caráter. Na primeira, o Espírito que se apega ao médium é apenas um importuno pela sua insistência, do qual ele procura livrar-se. Na segunda, é muito diferente, pois para chegar a tais fins o Espírito deve ser esperto, ardiloso e profundamente hipócrita. Porque ele só pode enganar e se impor usando máscara e uma falsa aparência de virtude.

As grandes palavras como caridade, humildade e amor a Deus servem-lhe de carta de fiança. Mas através de tudo isso deixa passar os sinais de sua inferioridade, que só o fascinado não percebe; e por isso mesmo ele teme, mais do que tudo, as pessoas que vêem as coisas com clareza. Sua tática é quase sempre a de inspirar ao seu intérprete afastamento de quem quer que possa abrir-lhe os olhos. Evitando, por esse meio, qualquer contradição, está certo de ter sempre razão.

O último parágrafo corresponde justamente à mais recente reação do "movimento espírita". Sobretudo a primeira frase, que serve para tentar afastar a opinião pública dos que possam abrir-lhe os olhos quanto às irregularidades do "espiritismo" brasileiro.

O livro pode, em primeira instância, se referir à atividade do médium, mas seus alertas e precauções podem ser adotados também por toda e qualquer pessoa que tiver contato com o "espiritismo" brasileiro. A lógica de Allan Kardec adverte coisas importantes, sobretudo o perigo de inimigos internos que se travestem de "kardecianos fiéis".

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