sábado, 10 de dezembro de 2016

"Espiritismo" errou: em vez de regeneração, temos convulsão social


Os "espíritas", tão otimistas em suas "previsões", erraram feio nas suas expectativas. Desde 2010 ou 2012 eles alardeavam sobre períodos de muita regeneração, despertar da humanidade ou coisa parecida. Mesmo quando admitiam "tempos difíceis" e "conflitos sérios", eles subestimavam tais ameaças, achando que a humanidade rumava para uma era de "mais amor e fraternidade".

Fazer previsões assim são atitudes reprovadas por Allan Kardec. O pensador lionês teria dado uns puxões de orelha em Divaldo Franco, que adora dar palpites em datas futuras como quem faz apostas em corrida de cavalos. Mesmo que se possa prever o futuro, não é através de devaneios moralistas e místicos (como é o caso de Divaldo), é arriscado conceber prazos longos ou definir os fatos com rigorosa exatidão.

O que se observa é que os "espíritas" mais otimistas, como a turma da "data-limite" - a facção mais radical da tendência dúbia do "movimento espírita", comandada por Geraldo Lemos Neto e Juliano Pozati - , tentam argumentar que os fatos negativos são invenção ou exagero da mídia convencional, visando interesses comerciais através da exploração sensacionalista da violência e do caos.

O mais estranho disso é que é essa mesma mídia, principalmente a Rede Globo, que blinda o "movimento espírita", produzindo filmes e documentários sobre Francisco Cândido Xavier, protegendo Divaldo Franco que foi classificado como "maior filantropo do Brasil" por beneficiar menos de 0,1 % de brasileiros.

É essa mídia que também exalta as passeatas dos "indignados" vestidos com camisetas da CBF e que já pediram "Fora Dilma" e agora apoiam a Operação Lava Jato - cujo juiz Sérgio Moro comprovou seu parcialismo ao ser fotografado conversando alegremente com políticos do PSDB, Aécio Neves e José Serra, denunciados por delatores da mesma Lava Jato - , como "símbolo de despertar da humanidade para os novos tempos".

Houve quem achasse que as passeatas eram movimentos de "libertação" e "conscientização", havendo quem atribuísse os atos à presença de "crianças-índigo" etc etc. A ideia é risível, pois o que vimos foram apenas manifestações de ódio em passeatas teleguiadas pela Rede Globo de Televisão - cujos donos, os irmãos Marinho, acumulam fortunas exorbitantes - , incluindo um grupo com o nome de Revoltados On Line, que não poderia ser visto como "iluminado" pelos "espíritas".

O que vemos é uma sucessão de convulsões sociais. Manifestações sociais de racismo e machismo, cyberbullying, hackeagem, corrupção no Executivo, Legislativo e Judiciário, a grande mídia despejando mentiras e visões retrógradas, empresários roubando, a alta sociedade manifestando abertamente preconceitos sociais mais aberrantes.

Com essa situação, o Brasil vive um surto de reacionarismo e preconceitos sociais que são o oposto do que significaria a "regeneração" na ótica "espírita". Próximo a 2019, tudo indica que a situação só tende a piorar, diante de tantos escândalos e incidentes infelizes. E com o corte de gastos públicos do governo de Michel Temer, aí é que o Brasil não conquistará a prosperidade necessária para sua evolução social. O "Coração do Mundo" se encerrou de vez.

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